domingo, 15 de maio de 2016

Introdução à análise de imagem, de Joly Martine

A imagem domina a atualidade. É preciosa a sua utilidade e, por isso, devemos saber lê-la e dela tirar o maior partido possível. Com o avanço das Tecnologias de Informação e Comunicação, a nossa cultura dominante é a digital, onde imperam as imagens. A imagem é, de facto, uma linguagem e “instrumento de expressão e comunicação” (Joly, 2007, p. 61) Como referiu o linguista Roman Jakobson (1963, citado por Joly, 2007, p. 62) “A linguagem deve ser estudada em toda a variedade das suas funções.” Qualquer ato comunicacional, incluindo o visual, rege-se pelos seguintes fatores constitutivos: o destinador, o destinatário, a mensagem, o contexto, o contacto e o código. Cada um destes seis fatores originou uma função linguística diferente: a expressiva ou emotiva, a conativa, a poética, a denotativa/cognitiva ou referencial, a fática e a metalinguística. Deste modo, a função denotativa centra-se no conteúdo da mensagem; a função expressiva foca o emissor da mensagem, sendo mais subjetiva; a função conativa implica a interpelação do destinatário na mensagem, através do uso do imperativo ou da interrogação; a função fática procura manter o contcato entre os participantes do ato comunicacional, sendo frequentes as expressões “então, tudo bem?” ou “ah, sim?”. Por último, a função metalinguística “tem por objeto o exame do código empregue, enquanto que a função poética trabalha sobre a própria mensagem ao manipular o seu lado palpável e percetível, como as sonoridades ou o ritmo no caso da língua.” (Joly, 2007, p.64)



Neste sentido, não se poderá dizer que determinado tipo de imagens apresenta uma classificação específica. Por exemplo, dizer que as fotografias de imprensa apresentam a função referencial, exclusivamente, não estaria correto, porque também poderão ter a função expressiva ou emotiva. Da mesma forma, as fotografias de moda evidenciam a função expressiva, poética e conativa. A imagem contará sempre com a visão subjetiva do espectador, ao contrário dos enunciados escritos que afirmam taxativamente determinada realidade. Para além disso, poderá haver, para além da função explícita, uma função comunicativa implícita, e essa contará sempre com a subjetividade dos destinatários. O vídeo que se segue, de um entusiasta professor de Português brasileiro, clarifica de forma muito simples as funções da linguagem.


Bibliografia


Martine, J. (1994). Introdução à análise da imagem. Lisboa: Ed. 70.

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