A imagem domina a atualidade. É preciosa a sua
utilidade e, por isso, devemos saber lê-la e dela tirar o maior partido
possível. Com o avanço das Tecnologias de Informação e Comunicação, a
nossa cultura dominante é a digital, onde imperam as imagens. A
imagem é, de facto, uma linguagem e “instrumento de expressão e comunicação”
(Joly, 2007, p. 61) Como referiu o linguista Roman Jakobson (1963, citado por
Joly, 2007, p. 62) “A linguagem deve ser estudada em toda a variedade das suas
funções.” Qualquer ato comunicacional, incluindo o visual, rege-se pelos
seguintes fatores constitutivos: o destinador, o destinatário, a mensagem, o
contexto, o contacto e o código. Cada um destes seis fatores originou uma função
linguística diferente: a expressiva ou emotiva, a conativa, a
poética, a denotativa/cognitiva ou referencial, a fática e a metalinguística. Deste modo, a função denotativa centra-se no conteúdo da
mensagem; a função expressiva foca o emissor da mensagem, sendo mais subjetiva;
a função conativa implica a interpelação do destinatário na mensagem, através
do uso do imperativo ou da interrogação; a função fática procura manter o
contcato entre os participantes do ato comunicacional, sendo frequentes as expressões
“então, tudo bem?” ou “ah, sim?”. Por último, a função metalinguística “tem por
objeto o exame do código empregue, enquanto que a função poética trabalha sobre
a própria mensagem ao manipular o seu lado palpável e percetível, como as
sonoridades ou o ritmo no caso da língua.” (Joly, 2007, p.64)
Neste
sentido, não se poderá dizer que determinado tipo de imagens apresenta uma
classificação específica. Por exemplo, dizer que as fotografias de imprensa
apresentam a função referencial, exclusivamente, não estaria correto, porque também
poderão ter a função expressiva ou emotiva. Da mesma forma, as fotografias de
moda evidenciam a função expressiva, poética e conativa. A imagem contará
sempre com a visão subjetiva do espectador, ao contrário dos enunciados escritos
que afirmam taxativamente determinada realidade. Para além disso, poderá
haver, para além da função explícita, uma função comunicativa implícita, e essa
contará sempre com a subjetividade dos destinatários. O vídeo que se segue, de um entusiasta professor de Português brasileiro, clarifica de forma muito simples as funções da linguagem.
Bibliografia
Martine, J. (1994). Introdução à análise da imagem. Lisboa: Ed. 70.
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